Análise: filme-paródia sobre Steve Jobs poderia ser mais engraçado
Lançado hoje, "iSteve" apela para nonsense, mas poucas vezes é bem sucedido na tentativa de fazer rir
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Durante toda a sua vida como líder da Apple, Steve Jobs tentou criar produtos eletrônicos de alto desempenho e usabilidade simples. Por muitas vezes ele foi bem sucedido na proposta. Já o filme paródia sobre sua história, esse nem tanto.
"iSteve", lançado hoje para apresentar uma visão cômica sobre a vida de Jobs, poucas vezes chega às risadas. A fita sofre de uma rasa crise de identidade. Primeiro longa-metragem do site Funny or Die -- equivalente norte-americano ao Porta dos Fundos --, ele tampouco consegue ser realista ou verídico.
Durante os quase 80 minutos de filme, fatos reais confundem-se com situações de puro nonsense. Na vida desse Jobs, ideias de grandes projetos dependem mais de momentos epifânicos que de talento e esforço. O recurso é válido para uma comédia, mas não atinge o objetivo cômico.
O executivo é interpretado por um desajeitado Justin Long, o mesmo ator da campanha de TV que contrapunha Apple e Microsoft. Sua postura reincide em outros atores e coincide com a tosca direção de arte do filme que, novamente, não sabe se leva o humor a sério ou leva a seriedade no riso.
Jorge Garcia (Hurley no seriado Lost) salva a história em alguns momentos como um Steve Wozniak eternamente deixado de canto. Outros momentos válidos são os encontros surreais entre grandes nomes da tecnologia e Jobs, como na eterna rusga com Bill Gates ou no bate-papo com um frenético Michael Dell.
Para além disso, é capaz que seja mais engraçada a cinebiografia "jOBS", estrelada por Ashton Kutcher e ainda sem data de lançamento prevista. Para brasileiros, a falta de legendas na versão online de "iSteve" também pode ser outro ponto fraco. É possível ver um trailer do filme e a versão completa dele neste link.
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Thiago thiago.tiradentes@yahoo.com.br
