Seu organismo entraria em colapso caso recebesse apenas um único carboidrato ou proteína. E pode acreditar: seria como um veneno
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Quando éramos crianças, alimentos considerados saudáveis geralmente não eram a nossa primeira escolha. Ou vai dizer que você preferia uma tigela de brócolis a comer hambúrger e batata frita? O fato é que, um dia, crescemos e começamos a impor para o nosso cotidiano uma alimentação mais balanceada, com menos "porcarias', como as nossas mães diziam (e ainda dizem).
Mas já pensou no que poderia acontecer com o seu organismo se você comesse apenas um único tipo de alimento durante toda a sua vida? Bom, dependendo do que você escolher, pode acreditar: será como um veneno. Segundo Jo Ann Hattner, nutricionista da Universidade de Stanford, mesmo que você opte por um tipo de fruta, vegetal ou grão a vida inteira, isso faria com que alguns órgãos morressem.
Se você comesse só carne, por exemplo, o seu corpo "comeria" os seus músculos. E se você ficasse com apenas um tipo de alimento (exceto frutas), desenvolveria um caso sério de escorbuto, uma doença que provoca hemorragias nas gengivas dentárias.
Foi isso o que aconteceu a uma jovem inglesa, na semana passada. Segundo o site LiveScience, Stacey Irvine, de 17 anos, teve que ser encaminhada às pressas para o hospital depois de ter comido nuggets de frango pelos últimos 15 anos. A jovem afirma ter mantido essa "dieta", que ocasionalmente era interrompida por um pacote de salgadinhos ou uma torrada, desde que era criança.
Legumes e vegetais
Quem gosta de legumes ou vegetais também deve ficar de olho, já que nem todos possuem os nove aminoácidos essenciais para que o ser humano consiga formar as proteínas necessárias. A maioria das culturas humanas, no entanto, desenvolveu uma alimentação centrada em vegetais complementares, que, juntos, formam os nove necessários.
Para se ter uma noção, sem esses aminoácidos adequados, seu cabelo ficaria mais claro e as unhas dos dedos, mais moles. Pior: sua massa corporal magra sofreria, o que não quer dizer apenas os músculos, mas também coração e órgãos. Basicamente, seu coração encolheria tanto que você morreria, o que já acontece em situações extremas de anorexia.
Massas e carnes
Comer apenas um tipo de carboidrato, como pães ou massas, também causa a morte dos órgãos do corpo. Além disso, como dito mais acima, você tem uma probabilidade maior de desenvolver escorbuto, devido à falta de vitamina C. Experimentos altamente antiéticos realizados com prisioneiros ingleses e americanos na década de 40 comprovaram que a doença ocorre de um a oito meses sem a vitamina C. Por fim, estranhas manchas aparecem na pele e se tornam feridas maiores. Logo em seguida vem a febre, a perda dos dentes e a morte.
Aos carnívoros de plantão, o recado também é super válido, já que a maior parte das carnes não possui muitos carboidratos, nem vitamina C. Sem carboidratos, sua massa muscular começa a se quebrar para conseguir energia - lembrando que "músculo" abrange qualquer parte do seu corpo, incluindo os órgãos.
Leite materno
Em meio a tudo isso, entretanto, existe um elemento que tem tudo, mas que não está à venda nos supermercados: o leite materno. O "alimento" é completo, e oferece todos os nutrientes necessários aos humanos. Vale lembrar que, para que sua fórmula faça efeito - nos bebês, logicamente -, o leite não pode ser misturado a comidas sólidas durante o período de amamentação, no primeiro ano de vida da criança.
Para Jo Ann Hattner, um adulto poderia viver do leite humano, na teoria. A única dificuldade seria encontrar uma mulher que queira fornecer isso. Sem essa opção, a segunda mais viável é o leite dos outros mamíferos, principalmente se for fermentado, como é o caso do iogurte, que tem muitas bactérias boas para o trato intestinal.
Futuro
E se você acha que tudo isso não passa de especulação, está enganado. Em diversas partes do mundo, as pessoas não têm escolha a não ser comer um único alimento por vários anos - sendo ele o arroz, na maioria dos casos. Para reverter um processo degenerativo de seus organismos, cientistas estão desenvolvendo grãos geneticamente modificados e que contêm mais vitaminas e nutrientes, em especial a vitamina A, para combater a má nutrição. Além disso, essas pesquisas vêm aprimorando cada vez mais o entendimento da comida no universo das viagens espaciais.
