Kim, morta aos 36 anos, trabalhou por cinco anos na fábrica de semicondutores da empresa sul-coreana
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Trabalhar na fábrica de chips da Samsung causa câncer. Esta foi a conclusão a que chegou uma agência do governo sul-coreano, que constatou que o trabalho no local foi responsável pela morte de uma mulher neste ano com câncer de mama.
A constatação foi divulgada nesta sexta-feira, 14. O Serviço de Compensação e Bem-Estar dos Trabalhadores da Coreia do Sul, parte do Ministério do Trabalho do país, declarou haver uma "relação causal considerável" entre o período de cinco anos que a mulher passou trabalhando na fábrica de semicondutores em Seul e seu câncer de mama.
Segundo a Associated Press, James Chung, representante da Samsung, decidiu não apelar contra a decisão do governo coreano.
Kim, sobrenome da mulher que não teve o primeiro nome divulgado a pedido da família, morreu em março, aos 36 anos, três anos após ser diagnosticada com a doença. Ela havia trabalhado na fábrica entre 1995 e 2000.
"Houve exposição a solventes orgânicos e radiação", justificou a agência governamental.
O caso de Kim foi acompanhado pelos SHARPs (Apoiadores pela Saúde e Direitos das Pessoas na indústria de Semicondutores, na sigla em inglês). Segundo Lee Jong-ran, diretor da organização, Kim trabalhava na fábrica sem um detector de radiação e era exposta a benzeno e outros materiais cancerígenos.
Além disso, ela também trabalhava frequentemente no período da madrugada, em turnos de 8 a 12 horas diárias. Estudos apontaram que trabalhar neste horário aumentam as chances de câncer de mama.
Não foi especificado o valor pago pela Samsung à família de sua ex-empregada. Entretanto, representantes afirmaram que seria o equivalente a quatro anos de salário.