Saiba como funciona e quais os diferenciais com relação aos meios de transmissão de dados convencionais
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O presidente da Telebras, Caio Bonilha, e a presidente da operadora de telecomunicações uruguaia Antel, Carolina Cosse, assinaram um acordo em 30 de outubro, em Montevideo (Uruguai), para a interconexão de ambas as redes de fibra óptica, o que permitirá avançar no projeto de anel óptico do Cone Sul.
Segundo informações do MiniCom, o projeto do anel possibilitará aos cidadãos sul-americanos uma conexão mais rápida a preços mais baixos, além de fortalecer a soberania dos países ao fazer com que o tráfego de dados circule diretamente entre as redes locais. Hoje, um e-mail do Brasil para o Uruguai, por exemplo, precisa primeiro ir até os Estados Unidos e então seguir seu destino.
Tanto a Telebras quanto a Antel se comprometeram a seguir com os projetos de infraestrutura, engenharia e construção necessários para interconectar as redes de telecomunicações em um ou mais pontos a serem determinados pela fronteira entre os dois países.
A banda larga é uma das prioridades do governo federal e requer investimentos públicos e privados, segundo Aldemo Garcia Jr., assessor internacional do Ministério das Comunicações. "A ferramenta pode servir para o aumento da inclusão social e para o desenvolvimento da América do Sul", garantiu o assessor durante o evento de celebração do acordo.
Em agosto deste ano, apenas cerca de 2 mil municípios estavam servidos por backbones de fibra óptica. O governo, no entanto, afirmou que pretende mais que dobrar esse número, atingindo cerca de 90% dos municípios brasileiros.
Como funciona e quais são as vantagens
O engenheiro e especialista em fibra óptica da TE Connectivity, Marcos Feitosa, explica o que é uma FTTH (Fiber To The Home) e quais são os seus diferenciais com relação aos meios de transmissão de dados convencionais.
De acordo com Feitosa, a fibra óptica é uma espécie de fio de vidro composto por várias camadas com diferentes diâmetros em seu núcleo. Por intermédio deste duto há uma emissão de luz pulsante que, devido às próprias características de refração do vidro, é transportada de uma ponta à outra. Esta luz pulsante carrega milhões de informações que foram transformadas anteriormente de sinais elétricos em sinais de luz, dentro de um conversor óptico (switch óptico).
A velocidade da nova tecnologia é a da luz, isto é, 300 milhões de metros por segundo. A diferença de velocidade é gigantesca quando comparada aos tradicionais cabos elétricos. "De forma geral, podemos dizer que toda informação gerada em um ano por uma pessoa seria transmitida em um segundo por fibra óptica", afirma Feitosa.
Mas, e com relação ao custo? Segundo o especialista, atualmente o custo de uma rede em fibra óptica é muito próximo ao custo de uma rede em cobre, haja visto o aumento da escala de produção que permitiu a redução dos preços. Na opinião do engenheiro, os equipamentos ainda são onerosos, mas a tendência é a redução de valores ao longo do tempo.
Aos provedores de serviços, os benefícios de uma fibra óptica são incomparáveis. Um exemplo disso são os assinantes residenciais para TV a cabo ou banda larga. Para um consumidor residencial, isso significa velocidades bem maiores (30, 50 100 Mbps para downloads e uploads).
"É muito importante entender como as coisas estão mudando no mundo. Cada vez mais as informações estarão na chamada 'nuvem'. Assim, você acessará estas informações (dados, filmes, redes sociais etc), mas não precisará guardar as informações em seu equipamento para poder acessá-las", salienta.