Quem as empresas devem buscar na era conectada?
No painel “Gestão de Talentos e a Nova Geração”, que aconteceu hoje durante a CIAB FEBRABAN, executivos envolvidos na gestão de pessoas de empresas como a Gartner Research e o Banco do Brasil discutiram as principais características dos trabalhadores de excelência, e dos grandes ambientes de trabalho, do momento atual do mercado.
Segundo Magnus Ribas Apostólico, diretor de Relações de Trabalho da FEBRABAN que mediou o painel, a convivência de “três ou quatro gerações diferentes, nascidas em mundos muito diferentes”, provoca uma espécie de choque bastante acentuado. Apesar do desafio que ele representa, Apostólico acredita que ele pode ser superado, aproveitando-se o melhor das experiências de cada uma delas.
Gestão de pessoas
Ruy Shiozawa, presidente do Great Place to Work, considera que o “grande desafio das novas tecnologias é encontrar gente”. Apesar de reconhecer a importância de tecnologias em ambientes de trabalho, “a equipe de pessoas empregadas para tocar um projeto é mais importante que a escolha de tecnologias”, comenta.
Em sua experiência com projetos envolvendo mais de 2.000 pessoas, Shiozawa percebeu que um excelente ambiente de trabalho traz “resultados extraordinários” aos negócios. As melhores empresas para se trabalhar tiveram um rendimento mais que três vezes superior ao do Ibovespa entre 2000 e 2011; suas receitas, no mesmo período, chegaram a 18%, enquanto que o PIB brasileiro não passou de 3%.
No setor financeiro, por exemplo, as empresas cujos funcionários têm “orgulho de contar aos outros onde trabalham” têm confiabilidade melhor que a média. Empresas onde os chefes não mantêm seus funcionários informados sobre o que acontece e não agradecem pelo bom trabalho realizado são menos confiáveis que a média, por outro lado.
O grande segredo, segundo ele, é o “desenvolvimento de lideranças”: não pessoas incríveis ou extraordinárias, mas pessoas comuns capazes de gerar resultados excelentes nas condições adequadas. Uma das chaves para criar essas condições, segundo Shiozawa, e’ “dar significado à vida das pessoas” que trabalhavam na empresa.
Novas tecnologias para pessoas
Para Carlos Alberto Araujo Netto, diretor de gestão de pessoas do Banco do Brasil, é essencial que as empresas introduzam novas técnicas de trabalho para motivar a nova geração de pessoas. “Para sobreviver no novo mundo, as empresas precisam dialogar com essa nova sociedade”, diz ele sobre o mundo conectado.
As redes sociais acabaram com as fronteiras das empresas, o que aumenta ainda mais a responsabilidade das organizações em suas relações de trabalho. Ela cria também novas possibilidades de engajamento interno, como, por exemplo, a Universidade Corporativa Banco do Brasil, ambiente de estudos criado pelo Banco para seus funcionários, visando seu aprimoramento.
Netto também ressalta que “gestão” e “liderança” são conceitos bastante diferentes. Por meio de uma solução corporativa do banco, os gestores são avaliados por suas equipes, o que lhes permite conhecer melhor suas características de gestão e dar à equipe a possibilidade de reagir às decisões tomadas pelo gestor. A pontuação dos gestores tambem é atrelada ao plano de carreira, o que ajuda a motivar os colaboradores a produzir resultados cada vez melhores.
Outras características das novas tecnologias de comunicação que podem ser aproveitadas pelas empresas são a gameficação e a possibilidade de permitir aos funcionários que trabalhem de casa em algumas situações.
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